segunda-feira, 11 de julho de 2011

Só no Brasil! Mas que Vexame!

Primeiro veio a coisa de que escola pública não reprova aluno e todo mundo está vendo no que deu.
Depois, o MEC chancelou o Português aleijado, dizendo que não se pode mais corrigir quem fala e escreve errado, inventando uma nova forma de preconceito: o linguístico.
Agora, como se isso fosse pouco, vão sucatear a qualidade do ensino universitário, promovendo assim a graduação de cabeças-de-bagre oficiais.
Fico impressionada com a capacidade dos governantes brasileiros darem uma banana para a formação profissional, qualidade de ensino e desenvolvimento do conhecimento, pouco se lixando com a opinião da população que lhe paga os salários, estrangulada pela maior taxa de impostos do planeta. São descarados, safados e extremamente desvinculados daqueles que, pelo bem ou pelo mal, os elegeram.

Como nem todo mundo conhece como a banda toca no quesito "educação e ciência" em termos de país, ressalto alguns pontinhos abaixo, antes de postar a razão deste meu desabafo:

1 - Uma das coisas que faz um país próspero e independente é a produção de tecnologia própria, uma vez que se pára de pagar fortunas absurdas pela tecnologia alheia a passa-se a receber fortunas por aquela que se desenvolveu. Para que se consiga sair das asas da tecnologia externa, é necessário investir-se em educação e pesquisa, formar profissionais gabaritados, equipar universidades e dar incentivos à produção de Ciência.

2 - Há um lobby enorme das novas universidades (as Uni-tralalá que grassam por aqui) para transformar a formação profissional em negócio rentável e de fácil consumo, onde o aluno é cliente e o professor, empregado. Um verdadeiro fast-food educacional. Para estes donos de cassinos universitários, quanto menor o salário de um professor, mais lucro em caixa terão.

3 - Para que se consiga empréstimos e financiamentos internacionais, o país precisa que alguns índices de desenvolvimento alcancem certos patamares, ou a grana não vem. Entre estes índices está o da qualificação profissional, investimento em educação, etc.

 Isto posto, transcrevo abaixo a notícia que saiu hoje, 10 de julho de 2011, na Folha On-Line.

"Físicos protestam contra projeto de lei que permite professor universitário sem pós.

Uma carta enviada pela SBF (Sociedade Brasileira de Física) ao presidente do Senado, José Sarney, protesta contra a possível votação, nesta terça (12), do projeto de lei n. 220, de 2010. O projeto prevê que professores universitários, contratados em regime temporário, podem assumir a docência apenas com o curso de graduação, sem terem mestrado ou doutorado, em em "área de conhecimento científico e tecnológico".

Assim, qualquer físico ou biólogo, por exemplo, poderia se tornar professor universitário de física ou biologia. Os membros da SBF reclamam da ideia e pedem que o tema seja ao menos discutido com a comunidade científica, por meio de audiência pública, antes da votação do projeto, argumentando que rebaixar as exigências sobre formação de professores será prejudicial para o país.
"Abre-se uma brecha de interpretação que pode levar a retrocesso significativo nos modelos de contratação de professores de ensino superior", alerta Celso de Melo, presidente da SBF, na carta a José Sarney.
"Ficamos assustados com a possibilidade de ver esse PL, tal qual está redigido, ser aprovado, e mais surpresos ainda de ver essa votação acontecer sem que a sociedade civil seja consultada", afirmou Melo em comunicado oficial.
"No momento em que forma mais de 11 mil doutores/ano, o Brasil precisa de mais, e não de menos, ciência; isto é, a superação de nossos gargalos estratégicos, inclusive na formação de pessoal especializado, requer maior densidade de competência que aquela a ser oferecida pela eventual contratação em caráter temporário de profissionais sem a devida qualificação acadêmica", diz o presidente da SBF na carta."

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/941653-fisicos-protestam-contra-projeto-de-lei-que-permite-professor-universitario-sem-pos.shtml

Depois disso, só me resta dizer: mas que vexame é este país! Vamos continuar pendurados na dependência tecnológica externa, olhando com olhos famintos o conhecimento alheio e exportando nossos profissionais gabaritados para países que lhe dêem valor? Somos mesmo a República das Bananas!


 

Um comentário:

Fernanda Araújo disse...

Muito triste isso...
Já n basta a quantidade de pessoas que estão sem educação... eles querem acabar com tudo, pois sem pessoas pensantes, como Brasil vai ficar?

#tenso